Me invade o choro
de estar sempre atrás —
mesmo quando sigo em frente,
caminhando, sem saber
onde a vida me traz.
Às vezes, minha voz se perde,
como eco distante,
abafado no ar.
Ninguém ouve. Ninguém responde.
Resta o silêncio —
a me calar, a me cortar.
Sinto que não sou merecedora:
de um olhar, de um gesto, de um carinho.
E a cada passo, me pergunto —
será que um dia,
as recompensas me farão caminho?
Esse conforto que invade o silêncio,
toma minha alma e meu andar,
como sombra fria e suave
que me segue,
sem eu conseguir evitar.
E assim eu sigo —
com gente, junto e só ao mesmo tempo,
de mim, de ti, de nós,
vivendo em rumo —
aos projetos, aos sonhos guardados,
ao futuro que chama
sem nunca parar.
Por favor...
não venha me perguntar:
“Você está bem?”
Minha resposta é só o choro,
que ecoa mais do que qualquer som,
pois minhas lágrimas —
são tudo o que sei mostrar..